quarta-feira, 12 de maio de 2010

Regresso

"Meus pés cansados de lutar
Meus pés cansados de fugir
Os mesmos pés cansados voltam pra você
Pra você..."
    
Sandy
    
Estou voltando uma vez mais. Voltando para abrigar-me no teu abraço. A estrada se alonga sem ti ao lado. O solo é arenoso. Os passos são trôpegos. O horizonte turva-se de poeira. A margem da estrada está deserta de flores. Por qualquer atalho que eu siga, meus pés têm a companhia das pedras. O destino é incerto. O Sol arde, marcando a face, secando os lábios, só não seca o Sol a flor de saudade que cultivo no peito. A brisa não refresca, agredindo a pele, arranhando os olhos, só não arranha a brisa as lembranças que esvoaçam na memória. Os pássaros emudeceram e o balé de borboletas paralisou. A Primavera que florescia desbotou, desenrolando a nudez do Outono. Uma voz desafinada e soturna cantarola a nossa canção. Nos ombros debruça-se o cansaço. O céu costura um tom azul pálido sem pontear nuvens de marshmallow. Estou voltando uma vez mais. Voltando para abrigar-me no teu abraço. A estrada se alonga sem ti ao lado. Inútil tentar seguir viagem. Inútil tentar caminhar. Inútil tentar não olhar para trás. Inútil tentar lutar. Inútil tentar fugir se fugindo assim eu me perco de mim. Os pés cansados da tua ausência voltaram pedindo a companhia dos teus pés para encurtar as distâncias. Vamos preencher o ano-luz que há entre nós com um beijo do tamanho da infinito. Vamos caminhar lado a lado, de mãos dadas com a felicidade... Deixa eu repousar meus pés no teu colo. Deixa eu desmoronar meu ombro no teu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dance com as palavras!