sábado, 8 de agosto de 2009

Que o nosso amor nunca anoiteça

"(...) eu trocaria a eternidade por esta noite!"

Nando Reis

Os olhos te avistam ainda distante, as mãos congelam, as pernas tremem, o coração bate forte e os olhos te seguem inquietos até a tua chegada.
Tu me ris um riso largo, e a face cora-se de timidez e te rio um riso manso. Nos teus olhos negros chovem chovem estrelas cintilantes e a poeira delas iluminam teu semblante. E no acastanhado-outono dos meus olhos, brota uma primavera.
Tu seguras forte minha mão e ela logo se aquece no calor da tua. As pernas paralisam equilibrando-se na eternidade daquele instante. O coração não pára de sambar, impossível acalmar-se ao lado teu. Tu me acolhes num abraço que aveluda a alma.
Tu me falas baixinho, ao pé do ouvido, arrepia todo o corpo, acariciando com palavras adocicadas o gesto, açucarando o silêncio que havia enquanto nossos olhos tracavam confissões.
Uma sinfonia verbal silencia a saudade, mas sem adormecê-la, deixando um punhado de saudade guardada no peito, para que a voz da saudade continue ecoando mesmo quando haja uma vírgula entre eu e tu.
Um afago feito na nuca desata o nó da ausência. Um beijo na ponta do nariz. O sorriso de menino bobo. Uma promessa, cócegas no olhar, gargalhadas.
Olhos, pele, mãos, braços, ouvidos, nucas, corações. Testemunhas dum sentimento.
Envolvendo-nos num abraço fugaz, um manto negro cravejado com estrelas sorridentes, enfeitado com uma Lua Cheia. Uma estrela bêbada tropeça no céu, desmaiando no horizonte. Fecho os olhos e peço 'Que essa noite nunca amanheça...'
Tu me falas com os olhos sorrindo 'Ainda que amanheça, nosso amor nunca anoitecerá!' E me afagas com um abraço e me acolhes entre as mãos.

5 comentários:

  1. Procuro imediatamente por tua presença,
    Até, enfim, perceber-te.
    Sentimentos de alívio,
    Pensamentos eufóricos, frenados.
    Tua existência assombra-me, faz-me esquecer de respirar.
    Tão irresistivelmente doce...
    Um leve aceno, o máximo que se desprende.
    Horas passam, retomo-me.
    E num impulso caminho em direção,
    Pousando em outras mãos, como uma escada para chegar-te.
    Pulso acelerado, pés flutuando
    Instantes que antecedem um simples toque.
    O tempo vai parando lentamente
    Então vislumbro tua essência tão próxima,
    A lentidão prolonga-se numa eternidade paralisante.
    Até que minha mão consegue encontar tua aura... chegando em tua pele.
    Um encontro incadescente a meus olhos... apena um toque.
    Num instante passam pela mente turbilhões de pensamentos alados,
    Impossibilitanto mais do que um toque.
    Ainda desconcertado, preciso respirar
    Sinto a pele corar.
    E passo adiante num breve instante.
    Espero o sangue voltar ao círculo normal.
    Um aconchegante estado de calmaria repentina segue-se,
    E me sinto mais à vontade para aproximar-me então.
    Procuro palavras,
    Naturalmente vão surgindo poesias,
    Mas não posso deixa-las escapar.
    E digo qualquer coisa
    Algo pra ver teu riso.
    Teus olhos virando-se em mim,
    Compartilhando uma energia impenetrável...
    E tudo volta ao normal,
    Como se existisse normalidade.
    E o tempo volta ao seu curso,
    E a noite começa a ir-se...
    E imagino um pedido:
    'Que essa noite nunca amanheça...'
    E uma resposta ressoa em meu peito...
    'Ainda que amanheça, nosso amor nunca anoitecerá!'

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  2. e quantas noites a gente trocaria pela eternidade né?

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  3. QUE SAUDAAAAAAADES.
    Some mais não.

    beiijos

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  4. Nunca li narração mais verdadeira sobre um amor que nunca anoitece.

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  5. E foi assim...
    Num doce Crepúsculo que meu coração conheceu o teu...
    E nunca mais foi capaz de esquecer.

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