"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
Mais um ano chega ao fim, tivemos trezentos e sessenta e cinco dias para rir, chorar, falar, silenciar, amar, odiar, celebrar, repousar, alegrar-se, entristecer-se, tropeçar, erguer-se, perdoar, ressentir, viver, recordar, começar e recomeçar, nascer e renascer, esperar, desistir, voltar, seguir, ganhar, perder, crer, descrer, almejar, lutar, alcançar, sonhar, realizar. Trezentos e sessenta e cinco dias para fazer tudo àquilo que deixamos de fazer no ano anterior, as promessas, os planos, os sonhos, para sermos o que deveríamos ter sido [...] e ao fim de mais um ano, do muito ou pouco que fizemos e fomos, repensamos, refletimos, revemos o que poderíamos ter feito e sido, e tudo o que foi reprimido compõe a matéria de mais um punhado de promessas, planos, sonhos que se renovam a cada ano. Ano novo, um novo começo, a esperança que se desgastou ao longo dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano que se esgotou é reposta por esse desejo fervoroso de recomeçar, sempre... A esperança move o ano removendo as desilusões do ano anterior, e o que ficou para trás passou não volta mais, mas temos mais trezentos e sessenta e cinco dias novinhos para fazermos e sermos tudo aquilo que desejamos! Um novo ano embrulhado num papel fino chamado esperança...
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