sexta-feira, 24 de julho de 2009

Do que ficou na fotografia

"O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia
As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos
E afeto em frente ao mar."
     
Leoni
     
Tu me acolhias num abraço forte abrigando as dores de mulher, os medos de menina, tu me acalmavas num gesto de afeto silenciando as minhas incertezas. Eu afagava tuas mãos com o veludo das minhas, um pedido secreto de sempre.
Serenavam estrelas no teu olhar de menino, um riso faceiro das bobeiras de amor enfeitava tua face. O meu olhar salpicado de luz, iluminando o riso tímido, corando a face a emoção do sentimento.
Abraçados sobre a relva recortados contra um céu azul pálido borrado com nuvens de caramelo, nuances lilás, rosa, laranja, vermelho. O Sol debruçado no poente, beijando ao longe o mar sereno, misturando os 'azuis'... Uma linha alaranjada arrematou o horizonte, costurando o fim de tarde. A Lua pequenina acompanhada de uma estrela solitária saltou no céu querendo ser amante do Sol...
O instante eternizado pelas lentes da câmera fotográfica. O momento preso ao porta-retrato. O que ficou pra trás guardado na fotografia. O sentimento emoldurado em velhas lembranças.
Cortando nossos risos, a marca da ira. Avança o tempo pelos cantos da foto, fazendo a relva um tapete de outono, manchando a foto com rugas de tempo perdido.
O abraço, o gesto, o afago congelados na foto, dançantes na memória, imóveis no presente. O olhar brilha morto, riso sem alegria, vida paralisada. Chuva fina de lágrimas que escorre pela face pingando tristeza na foto.
O céu desbotou. O Sol envelheceu. O horizonte alaranjado empalideceu. A Lua pequenina jamais foi cheia. A estrela continuou solitária.
Desgasta o tempo a fotografia. Desfaz o sentimento. Descose eu de tu.
E o que ficou na fotografia foi a felicidade que queria ser eterna e hoje é só lembrança solta que brinca com a saudade...

3 comentários:

  1. Marcas eternas
    Fontes perenes
    Resquicios de presença quase nulos.
    Esconderijo de pensamentos altos
    Sobrevivência arranjada.
    Nos espelhos busco uma imagem,
    Perdida na idade.
    Uma companhia amiga, antiga
    Escapa da visão, dos braços.
    Uma incerteza infinita pairando na mente
    O sentido encontrado, não seguido
    Esperanças massacradas, tentativas somente
    Buracos repletos de nada
    Nada importante,
    Ilusões estúpidas, encobrem tudo
    Olhar desesperado, nada novamente.
    Até que venha e rompa o antigo cordão
    Separando o real do material
    A Vida da vida
    Pó e luz!
    Um recomeço ou o último fim
    O retorno ao nada ou à roda...
    Somente.

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  2. Isso sim é um texto agridoce. Parecem lembranças de um primeiro amor.

    Sabia que sou apaixonada por essa música? (gosto da versão com o Léo Jaime).

    sumida hein??

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  3. Oieeeeeee Jane, quanto tempo ñ visito o blog, lindo post como sempre aqui^.^
    Bjosss!!!

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Dance com as palavras!