"Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena."
Cecília Meireles
Estou sempre de partida, e cada partida é também chegada. Estou sempre dando adeus, e cada despedida é também encontro.
Estou sempre atirando pedras, e cada pedra é também flor colhida ao vento. Estou sempre nublando risos com lágrimas, e cada lágrima é também chuva fina lavando a aridez da alma.
Estou sempre encerrando ciclos, e cada fim é também o nascer do Sol de um novo começo. Estou sempre me ferindo, e cada espinho é também semente semeada na terra desvastada do meu coração.
Estou sempre perdendo ilusões, e cada folha que cai é também um fruto que amadurece. Estou sempre desmoronando, e cada queda é também edificação.
Estou sempre me despedaçando, e a cada pedaço meu arrancado fico mais inteira, mais completa. Estou sempre demolindo sonhos, e cada sonho demolido é também uma nova fantasia que construo.
Estou sempre me perdendo, e cada desencontro é também um novo caminho que descubro nos becos de mim. Estou vivendo um processo de mudança ininterrupto, abandonando-me quando envelheço as ideias, adaptando-me a mim mesma, reinventando-me quando a vida exige uma mudança. Renovada a cada fim. Vou colecionando novos modos de ser, e a cada amanhecer acordo outra, e ao anoitecer já não sou a de manhã...
Renovações minhas de todo dia.
Esvazio-me de excessos, encho-me apenas do essencial...
Pra todo fim, o recomeço. É sempre boa a renovação, o reinvento, a reciclagem... Para nos tonarmos pessoas melhores, ainda que para nós mesmos, as mudanças são constantes.
ResponderExcluirbeijos
e como, deixei varias coisas.
ResponderExcluiradorei o seu blog linda ;*
Essas palavras foram tão profundas em meu peito como se tivesse lido a minha biografia. Reconheci-me muito nestas palavras e, com sua permissão e devidos créditos, gostaria de postá-las lá no meu blog. Amei seu cantinho.
ResponderExcluirBeijão
Separa de mim essa idéia.
ResponderExcluirDeixa de alimenta-la se não podes vivê-la.
Mata. Ceifa de vez.
Faz-me sentir logo a demasiada dor da desilusão. Profunda. Tirana.
Os estilhaços dessa quebra,
serão mais que perenes.
Os caminhos jamais de aprumam, afogam os sentidos.
Ou se preferires, então
Se agradar teu doce coração,
Responde os meus anseios,
Compartilha teu sossego.
As palavras que já escritas esperam lacrimosamente.
Entrego, singelo, minhas lágrimas,
Um menino crescido
Com sonhos e anelos, medos e vontades.
Dá-me a paz doce de tua companhia ou paz amarga de teu despreso.
Mas não a terrível luta de meus pensamentos.
Espero, assim.
E esse sonho que não passa...
ResponderExcluirDói e dói
Aperta tanto que esvairece.
Marca, apunhala,
Castiga com desprezo e repúdio.
Desvia, chantagia sem verdade.
Emudece o olhar e as palavras.
Escurece o pensamento, já confuso em demasia.
E essa dor que não cessa...
Aperta mais do que poderia.
Junta a tormenta e o desalento,
Mostra a crueldade da emoção.
Martírio da alma, de seu projeto inacabado,
Fruto da razão.