"Em minha mente insone
Só teu nome ecoa
Só não soa o telefone
E a tua ausência
Se faz mais presente..."
Maria Bethânia
Só teu nome ecoa
Só não soa o telefone
E a tua ausência
Se faz mais presente..."
Maria Bethânia
Porta entre-aberta à espera. Telefone mudo da tua voz, tocando apenas silêncios. Cartas que não chegam, e as velhas amarelecem na gaveta. A canção que nunca mais tocou, esquecida num disco empoeirado. Flores murchas de passado. O soneto que ficou pelo meio, verso sem rima. A resposta que nunca veio. O adeus encerrando o verão cedo demais, antecipando o outono dentro de mim. A ausência preenchendo o vazio que você deixou.
A ausência dos teus olhos. Os salpicos de luz que se apagaram. As estrelas que solitárias das tuas no meu olhar morreram. A cegueira das palavras que eu enxergava no teu olhar.
A ausência de riso. O riso que escapando do teu coração sobressaltava dos lábios, arrancando sempre um sorriso meu, desenhando a linha do poente na minha face (...) Ria o momento. Para as bobeiras de um domingo de Sol, um riso faceiro. Para a serenidade de um fim de tarde, um riso manso. Para as confissões à meia-luz, um riso tímido. Para um 'até amanhã, amor', um riso triste de despedida breve. Para o encontro, um riso largo. A mudez da alegria que cantarolava teu riso.
A ausência de cor. O corado que pintava a emoção nas tuas bochechas. Tua face cobria-se de felicidade, vestindo-se da fantasia de que poderia eternizar o momento, aprisionando a felicidade no avermelhado da emoção. A palidez da cor. A palidez do sentimento. Amor desbotado.
A ausência da voz. Palavras sopradas ao vento, partidas no adeus, levadas para um tempo perdido. Palavras que não dançam mais ao pé do ouvido. Palavras nunca mais ditas, esquecidas. Palavras que jamais foram ditas, sufocadas na garganta. Palavras que aveludavam o coração, hoje ferem por serem apenas palavras amontoadas na memória. Só o silêncio entre nós. O silêncio que ensurdece.
A ausência de planos e promessas. Planos desfeitos pelo fim do sentimento que o tempo não refaz. Promessas desmaiadas no tempo. Planos esmagados pelo novo sentimento que o tempo não desfaz. Promessas que tropeçaram na tentativa de alcançar a eternidade. Planos e promessas que escaparam no vazio da tua ausência. A esperança cinza.
A ausência de gestos. A calmaria num abraço que abrandava as dores, hoje essa calmaria é agonizante. É a distância entre nossos braços. É teu abraço entregue a outros braços. O afago na nuca que silenciava o agito dos meus pensamentos, hoje o afago vem da brisa fria que sopra a noite solitária. O carinho esquecido... O toque sereno que cicatrizava as feridas, hoje o toque é lembrança escondida no canto mais bonito da memória, toque que fere por ser apenas lembrança solta num dia qualquer que a tua ausência se faz presente... Gestos paralisados, imóveis (...)
Só a tua ausência ficou.
Seculos que não venho aki!!!!
ResponderExcluirMe deu saudades daquele tempo que não volta mais...
dos amigos distantes!
Como sempre arrasando nas palavras!
Bju*
Presença
ResponderExcluirPassam as horas,
a roda dos dias gira inplacável.
Não te vejo.
Pessoas passam, sorriem.
Retorno o sorriso, fino sem brilho. Tu não me sorris.
O dia só se completa ao encontrar-te.
Vazio. Longa espera pelo momento.
Quão dolorido quando não estás lá.
Incertezas caminham nos pensamentos, abruptos, sem sequância.
Busco teu perfume, teu brilho, claro como uma lua. Buscando outro sorriso. Machuco-me.
Generosa presença, amante sentimento de paz. Conforto imaginário.
Poesias que não ditas perdem-se no vento, não esperam. Espero só.
Planos preparados, somente projetos...
Silêncio insano, enloquecedor. Nenhuma rima, nenhum sinal, nenhuma brisa. Nada.
A presença que alimenta é a mesma que tortura.
Vou voando deslizando ao vento
ResponderExcluirSem saber onde chegar
Se um dia vou em pensamento
Te encontrar em algum lugar
Vou abrir os olhos, perder o medo
Deixa o sonho me levar
Vou dizer pro mundo inteiro agora
Que cansei de me enganar...
... E se a vida acabar agora
Contigo eu quero estar
Espero ansiosamente por tuas palavras... assim como um insone espera o Sol!
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