terça-feira, 12 de maio de 2009

Ao desamor

"Mas como eu começo depois do fim?
O som da porta batendo atrás de mim
Minha vida se parte em pedacinhos pequenos
O que restou, o que dizer, pra quem ligar, aonde ir?"

         
Leoni
       
Um manto preto azulado borrado com nuvens cinzentas prestes a chorar desenrolava-se sob a noite fria. O céu estampava a nostalgia daquele outono. Um céu enfeitado apenas com uma Lua miúda, pálida... Um céu sem a companhia de estrelas sorridentes, embebedando com teu brilho a noite cinzenta. Um horizonte sem a companhia de estrelas travessas fugitivas do céu de veludo curiosas em tocar o chão de pedra. Uma brisa tonta envolvia-me, acariciando a nuca, beijando a face, sussurrando ao pé do ouvido velhas lembranças.
Um manto preto azulado também cobria teus olhos. Teus olhos roubaram o negro daquele céu. Teus olhos estavam solitários daqueles salpicos de estrelas.
Tua pele roubou o pálido da Lua fazendo esquecer o corado de antes.
Teus lábios aprisionaram o riso de menino bobo.
Tua voz calou as palavras de afeto há muito tempo esquecidas.
Tua garganta sufocou as palavras jamais ditas.
Tua melodia desafinou num desconcerto de tempo.
Tuas mãos paralisaram os gestos de ternura, e eu pude sentir a brisa acariciando-me. O afago perdido nas linhas do tempo.
E aquele amor desmedido teve a medida certa do fim...
Meus olhos nublaram ao ver os teus secos de luz, teu coração esvaziou-se de amor e o meu - ferido, encheu-se de saudade.

Um comentário:

  1. Lindo como sempre moça.
    Mas c anda sumida hein?
    Por onde tens andando?
    E o que tens feito?^^

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